Todos nós já ouvimos isso antes: “Uma mentalidade positiva pode mudar sua vida”. E claro, o otimismo é muitas vezes considerado uma virtude. Ajuda-nos a enfrentar os desafios de frente, motiva-nos e até melhora a nossa saúde geral.

Mas você já conheceu alguém com uma visão muito pequena… um otimista?

Estou falando do tipo de pessoa que vê cada revés como um passo à frente. Aquele que descarta problemas graves dizendo “poderia ser pior” ou “tudo acontece por um motivo”. É como se eles vivessem em sua bolha despreocupada.

Isso é o que os psicólogos chamam de positividade tóxica. Pode parecer um oxímoro, mas sim, muita coisa boa pode ser muito ruim.

Então você pode estar se perguntando: “Como é um otimista tóxico?” Para responder a essa pergunta, compilei uma lista de sete comportamentos únicos que caracterizam essas pessoas super fofas.

1) Eles descartam emoções negativas

Você já tentou confiar em alguém sobre seus problemas, apenas para essa pessoa responder com “Pense nisso!” ou “Olhe pelo lado positivo!”?

Embora possam ter boas intenções, esse tipo de resposta pode ser extremamente frustrante.

Os otimistas tóxicos costumam ter a tendência de descartar as emoções negativas, tanto as suas quanto as dos outros. Eles acreditam que apenas com o “pensamento positivo” esses sentimentos desaparecerão magicamente.

Mas o problema é o seguinte: às vezes não há problema em se sentir triste, irritado ou preocupado. Esses sentimentos são uma parte natural da vida e é importante reconhecê-los e processá-los, em vez de simplesmente varrê-los para debaixo do tapete.

2) Eles evitam enfrentar problemas

Lembro-me do meu amigo que sempre foi a vida da festa, brilhando como o sol humano. Mas quando se tratava de lidar com problemas da vida real, ele estava otimista.

Por exemplo, quando estava com dificuldades financeiras, em vez de enfrentar o problema e criar um orçamento ou procurar aconselhamento financeiro, ele simplesmente dizia: “Dinheiro é apenas poder. Isso fluirá de volta para mim.”

A sua atitude positiva era admirável, mas era também uma forma de evitar a dolorosa realidade.

É exatamente isso que os otimistas tóxicos fazem – eles costumam usar sua disposição alegre como escudo nos momentos mais sombrios da vida.

Eles preferem viver em seu próprio mundo cor de rosa, ignorando os problemas em vez de enfrentá-los de frente.

E sim, pode parecer bom neste momento, mas esta evitação eventualmente leva a problemas maiores, à medida que questões não resolvidas tendem a crescer e a multiplicar-se.

O otimismo é bom, mas é importante encarar a realidade e enfrentar os nossos problemas de frente. Não há vergonha em admitir que existe um problema e tomar medidas para resolvê-lo.

Como escreveu o autor Mark Manson em seu livro “A arte secreta de não dar a mínima: a maneira desafiadora de viver uma boa vida”:

“Tudo que é importante na vida é conquistado superando as experiências negativas que a acompanham. Qualquer tentativa de fugir do mal, evitá-lo, eliminá-lo ou silenciá-lo, só sai pela culatra. Evitar o sofrimento é uma forma de sofrimento. Evitar a luta é luta. Negar o fracasso é fracasso. A ocultação vergonhosa é em si uma forma de vergonha.”

3) Eles não pensam no futuro

Uma coisa é ser otimista em relação ao futuro, outra é ser cegamente otimista, a ponto de desconsiderar a realidade. Os otimistas tóxicos geralmente se enquadram na última categoria.

Vejamos, por exemplo, um colega que estava planejando grandes projetos que estavam claramente além das capacidades da nossa equipe. Ele pintou um quadro de sucesso, ignorando possíveis obstáculos e desafios.

Quando expressamos nossas preocupações, ele as dispensou e em voz alta: “Atravessaremos a ponte quando chegarmos lá!”

Esse otimismo cego tornou-se um problema. Os prazos foram perdidos, a qualidade do trabalho foi prejudicada e o moral da equipe diminuiu. Sua recusa em aceitar o poder do fracasso nos levou ao caminho do verdadeiro fracasso.

O otimismo é maravilhoso, mas quando nos cega para a ação e a realidade, pode nos levar a uma perseguição inútil. É importante encontrar um equilíbrio entre otimismo e realidade.

Afinal, esperar o melhor, mas preparar-se para o pior, não é desespero, é apenas um planejamento inteligente.

4) Eles não têm empatia

Surpreendentemente, apesar do seu otimismo, os otimistas tóxicos muitas vezes têm dificuldade em ter empatia pelos outros. Mas quando você pensa sobre isso, não parece incomum, considerando como eles se recusam a reconhecer a validade das emoções negativas.

Certa vez, tive um amigo que, independentemente do tipo de dificuldade que eu enfrentasse, sempre respondia algo como: “Bem, pelo menos você não está…” e depois comparava minha situação com a de outra pessoa.

Embora ela achasse que isso era útil, muitas vezes me fazia sentir vazio e inadequado.

As pessoas querem que seus sentimentos sejam reconhecidos e não minimizados. Sim, é verdade que há sempre alguém que está pior, mas isso não torna a luta humana menos real ou menos importante.

A empatia exige que nos coloquemos no lugar de outra pessoa e sintamos sua dor. Mas se você estiver muito ocupado tentando desenhar uma fresta de esperança em torno da nuvem, provavelmente não está entendendo.

É importante lembrar que às vezes as pessoas não precisam de soluções ou comparações; eles só precisam de alguém que ouça e tenha empatia com seus sentimentos.

5) Eles podem ser excessivamente competitivos

Isto pode ser uma surpresa, mas os otimistas tóxicos muitas vezes podem ser excessivamente competitivos. Eles estão tão confiantes num resultado positivo que veem tudo como um desafio intransponível.

Tomemos por exemplo a situação de ser tóxico no trabalho. Quando os funcionários se sentem pressionados a manter uma atitude positiva em todos os momentos, isso pode criar uma situação crítica.

Então passa a ser menos uma questão de trabalho em equipe e mais uma questão de quem pode parecer o mais forte ou o mais feliz, mesmo diante da adversidade.

Esta competição não se limita aos ambientes profissionais, mas também pode repercutir nas relações pessoais. Se você já sentiu que alguém estava tentando “comprometê-lo”, provavelmente você é um otimista tóxico.

A concorrência certamente tem o seu lugar, mas se ocorrer à custa de uma verdadeira comunicação e cooperação, deverá ser reavaliada. Relacionamentos saudáveis, sejam profissionais ou pessoais, prosperam com apoio mútuo e não com monotonia.

6) Eles lutam contra a vulnerabilidade

É uma característica comum entre os otimistas tóxicos evitar qualquer forma de vulnerabilidade. Isso decorre da crença de que expressar emoções negativas ou admitir dificuldades é um sinal de fraqueza.

Vi isso em um grande amigo meu que teve dificuldade em lidar com uma perda pessoal. Ele usava seu otimismo como um traje protetor, nunca se permitindo ficar triste ou mostrar sua tristeza abertamente.

Era como se ele estivesse tentando dizer a si mesmo que estava certo, embora claramente não estivesse.

Lembre-se, não é certo estar errado. Ser vulnerável não é um sinal de fraqueza, mas uma prova da nossa humanidade.

Como diz o pesquisador Brene Brown: “Vulnerabilidade não é ganhar ou perder; trata-se de ter coragem de aparecer e aparecer quando não podemos controlar o resultado. Vulnerabilidade não é fraqueza; nossa maior medida de coragem.”

7) Eles resistem à mudança

Ironicamente, apesar da sua natureza voltada para o futuro, os optimistas tóxicos podem ser resistentes à mudança.

Isso ocorre porque eles tendem a se casar para alcançar um determinado resultado positivo, e qualquer desvio disso pode ser perturbador.

Infelizmente, a mudança está sempre presente na vida. É como nos adaptamos, crescemos e nos desenvolvemos. Estar aberto à mudança, mesmo quando ela atrapalha as nossas expectativas, é essencial para o sucesso pessoal e profissional.

Afinal, a única coisa certa na vida é a incerteza.

Considerações finais

Se você ou alguém que você conhece tem esse comportamento, lembre-se de que o otimismo em si não é o problema.

Na verdade, uma boa dose de otimismo pode ser extremamente benéfica – muitas vezes é o que nos mantém fortes, esperançosos e motivados quando os tempos ficam difíceis.

O desafio surge quando a esperança se torna perigosa, funcionando como um escudo que nos impede de enfrentar a realidade e de enfrentar os verdadeiros desafios da vida.

Ao aprender a equilibrar o otimismo com uma perspectiva fundamentada, permitimo-nos navegar pela vida através da esperança e da realidade, prontos para enfrentar os desafios de frente.



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