Eu costumava pensar que uma agenda lotada era a estrela dourada da vida adulta.
Se sua agenda não estivesse explodindo e sua lista de tarefas não fosse interminável, você estaria tentando?
Mas então percebi: há uma linha tênue entre ser produtivo e ser viciado em estar ocupado – e essa linha é traçada na fadiga induzida pela cafeína.
É fácil cair na armadilha.
Usamos “ocupado” como uma medalha de honra, uma forma de mostrar nosso valor, nosso valor e nossa presença.
Mas algumas pessoas simplesmente caem nessa armadilha – elas permanecem lá. Eles transformaram a ocupação em um estilo de vida, na maioria das vezes sem perceber.
Então, se você fica inquieto no seu dia de folga ou não consegue recusar outro emprego, talvez seja hora de perguntar: estou ocupado ou sou escravo de estar ocupado? Vamos retirar esses oito sinais e ver se conseguimos resolver a bagunça.
1) Não completar listas de tarefas
Estar ocupado geralmente envolve fazer malabarismos com várias tarefas.
Para uma pessoa ocupada, gerenciar uma lista de tarefas não significa apenas marcar tarefas – significa continuar adicionando mais. Os psicólogos sugerem que a tecnologia exacerbou este problema, uma vez que os nossos lembretes agora residem nos nossos telefones em vez de notas escritas à mão.
Este é um sinal claro de alguém que gosta de estar ocupado. Eles encontram um estranho conforto em ter uma lista interminável de tarefas a realizar.
Parece produtivo, mas na realidade é uma armadilha de ocupação. A satisfação de concluir uma tarefa substitui rapidamente a pressão da próxima tarefa que está por vir.
Você vê isso em você mesmo? Talvez seja hora de dar um passo atrás e avaliar se esse comportamento está funcionando para você ou se é hora de mudar.
2) Verificar e-mails regularmente
Vivemos numa era digital onde o nosso trabalho muitas vezes nos segue até casa por e-mail.
Como alguém que lutou contra isso, lembro-me de sempre verificar meus e-mails, não importa onde estivesse ou que horas fossem.
Jantar com a família, ver um filme, mesmo a meio da noite – o meu telemóvel estava sempre disponível e eu estava sempre pronto para responder a um email.
Os especialistas sugerem que a necessidade de permanecer conectado e responsivo é um sinal sutil de vício em ocupação. É como se ao permanecermos conectados mostrássemos o nosso valor e o nosso compromisso.
Mas, na realidade, é um comportamento que confunde a linha entre o trabalho e a vida pessoal, muitas vezes levando ao esgotamento.
E acredite em mim, como alguém que já passou por isso, não é um hábito saudável de manter.
3) Não conseguir dizer não
Pessoas viciadas em atividades muitas vezes acham difícil dizer não.
Seja realizando trabalho extra, participando de eventos comunitários ou trabalhando como voluntário em projetos, a agenda deles está sempre lotada.
Aqui está algo interessante: um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia em São Francisco descobriu que quanto mais difícil for dizer não, maior será a probabilidade de você sentir estresse, esgotamento e até depressão.
Essa incapacidade de recusar pedidos pode ser resultado do desejo de agradar aos outros ou do medo de perder.
Porém, na maioria das vezes, é um sinal sutil de ocupação.
4) Ignorar o tempo de descanso
Quando foi a última vez que você sentou e não fez nada?
Para os intrometidos, o tempo de inatividade costuma ser visto como uma perda de tempo.
Mesmo durante momentos de aparente relaxamento, muitas vezes preenchem o espaço com atividades, como folhear e-mails ou planejar a próxima tarefa.
A ideia de “ser” em vez de “fazer” parece estranha e desconfortável.
Essa necessidade constante de preencher cada minuto com atividades é um comportamento sutil que mostra o vício em estar ocupado. É importante lembrar que relaxamento não é preguiça; é uma recarga necessária para nossas mentes e corpos.
5) Sacrificar relacionamentos pessoais
Como diz o ditado, não se pode servir num copo vazio.
Os viciados ocupados muitas vezes descobrem que seus relacionamentos saem pela culatra em suas atividades intermináveis.
Eles podem cancelar planos com amigos ou familiares, ou estar fisicamente presentes, mas mentalmente em outro lugar, ocupados com a próxima tarefa de sua lista de tarefas.
É triste ver que quando terminam o trabalho, a vida passa e os momentos com os entes queridos passam pelos dedos.
Esse comportamento sutil não é apenas um sinal de ocupação, mas um alerta para reavaliar o que é realmente importante na vida.
6) Falta de autocuidado
Lembro-me de uma época da minha vida em que fui pego por um turbilhão de ocupações.
Praticar exercícios, alimentação saudável e até dormir ficaram em segundo lugar em relação às atividades que incluí.
É um sinal comum de ocupação – o autocuidado fica em segundo plano em relação a todo o resto. Desculpamos a desatenção dizendo que estamos muito ocupados ou que temos algo mais importante para fazer.
No entanto, os psicólogos alertam-nos que negligenciar o autocuidado não é sustentável a longo prazo e pode levar a graves problemas de saúde.
É um sinal subtil de que a escala de equilíbrio entre vida pessoal e profissional está a tornar-se cada vez mais perigosa no “trabalho” e precisa de atenção imediata.
7) Sentir-se inquieto durante o descanso
Você já tentou descansar, mas descobriu que não está descansando, está sempre pensando nas atividades que poderia fazer? Nesse caso, este é um sinal clássico de ocupação.
Pessoas viciadas em atividades muitas vezes têm dificuldade em aproveitar os momentos de lazer.
Eles podem se sentir culpados ou ansiosos quando não estão trabalhando em alguma coisa. Essa inquietação persistente significa um apego doentio à ocupação e é um sinal claro de ocupação.
Todo mundo precisa de tempo para relaxar e recarregar as energias. Não deixe que a culpa de ser improdutivo roube de você esses preciosos momentos de paz.
8) Ignorando os sinais de esgotamento
Este é talvez o comportamento mais preocupante de todos.
Ignorar os sinais de esgotamento – como fadiga crónica, falta de motivação e diminuição da produtividade – é um claro indicador de ocupação.
Esses sinais são a forma que seu corpo usa para comunicar que é hora de desacelerar.
Mas aqueles viciados em ocupação muitas vezes conseguem, ignorando estes avisos e levando a sua saúde física e mental ao limite.
Reconhecer e lidar com esses sinais de esgotamento não é apenas importante, é importante. É a sua vida, o seu bem-estar e, em última análise, a sua vida que está em jogo.
Reflexão: O paradoxo de estar ocupado
Dizemos a nós mesmos que estamos fazendo isso pela agitação, pelo sonho, pelo sucesso.
Mas às vezes, estar ocupado não é uma escada que subimos – é uma esteira que não desce.
E a pior parte? Somos nós que apertamos o botão de velocidade.
Muitas vezes, estar ocupado é a nossa defesa contra o nada. Porque se seguirmos em frente, quem tem tempo de parar e perguntar: Estou feliz? É esta a vida que eu quero?
Mas o problema é o seguinte: estar ocupado não preencherá o vazio. Isso apenas nos distrai e nós o ignoramos.
Talvez seja hora de redefinir a produtividade. Medimos nossos dias pelos momentos desfrutados, não pelas tarefas concluídas.
Porque no final das contas, a vida não é uma corrida para marcar todas as caixas. São os momentos tranquilos do café da manhã, as tardes preguiçosas, os minutos que nos permitimos apenas ser.
Merecemos mais do que uma vida que está sempre em fuga. Talvez a coisa mais corajosa que possamos fazer seja fazer uma pausa – e nos permitir respirar.