Tenho um amigo que me mantém em dúvida; um dia, ele me apresentará sua “nova garota” com o tipo de entusiasmo que mostra que ele a encontrou.
Mas dê-lhe alguns dias, talvez uma semana, e ele já será outra pessoa, desta vez totalmente convencido de que realmente é.
É quase como se você estivesse em um carrossel interminável de relacionamentos, passando de uma conexão romântica para outra em uma velocidade vertiginosa.
O que exatamente está por trás desse padrão?
A psicologia sugere que certos traços de personalidade tornam algumas pessoas mais propensas a mudanças frequentes de parceiro.
Neste artigo, abordaremos 8 fatores que podem explicar por que alguns têm dificuldade em se estabelecer.
1) Alta sensibilidade
A obsessão pode ser uma faca de dois gumes.
Por um lado, provoca acontecimentos espontâneos e excitação; por outro lado, pode levar a decisões rápidas, principalmente nos relacionamentos.
Pessoas com tendências elevadas tendem a agir de acordo com seus desejos atuais, muitas vezes sem considerar as consequências a longo prazo.
Num relacionamento amoroso, isso pode ser visto como um salto para um novo relacionamento baseado na felicidade do momento, apenas para perceber mais tarde que não foi a escolha mais inteligente.
Como resultado, as pessoas impulsivas podem alternar entre parceiros românticos, movidas mais pela gratificação rápida do que pela consideração cuidadosa do que realmente se adequa às suas necessidades e valores a longo prazo.
2) Desejo de coisas novas e emoção
Aqui está uma confissão: eu já fui essa pessoa.
Aquela que parece estar sempre em busca de novas experiências, inclusive um lugar de amor.
A psicologia chama essa característica de “necessidade de sentir”.
Lembro-me de que, durante meus anos de faculdade, eu namorava uma pessoa nova a cada dois meses.
Não é que eu não me importasse com meus parceiros ou ignorasse seus sentimentos.
Foi uma alegria muito grande conhecer uma pessoa nova, a alegria de descobrir coisas estranhas, gostos e sonhos.
Olhando para trás, fica claro que eu precisava urgentemente de inovação e estímulo em meus relacionamentos românticos.
E essa característica é muito comum em pessoas que trocam de parceiro amoroso com frequência.
3) Baixa autoestima
Pode ser uma surpresa, mas a baixa autoestima pode ser um fator entre as pessoas que estão constantemente em busca de novos relacionamentos românticos.
Se você não tem muita auto-estima, tende a buscar a validação dos outros.
E que melhor maneira de obter essa validação instantânea do que iniciar um novo relacionamento romântico?
Os primeiros estágios de um relacionamento, com toda atenção e carinho, podem proporcionar um aumento temporário na autoestima de uma pessoa.
Porém, à medida que o relacionamento avança e a novidade se esvai, surge a necessidade de validação, criando uma busca por novas conexões.
4) Traumas passados
Às vezes, as feridas do passado influenciam o nosso caminho presente de maneiras que talvez não compreendamos totalmente.
Traumas passados, especialmente aqueles ligados a relacionamentos, podem ter um grande impacto na frequência com que uma pessoa muda de parceiro.
Experimentar traição, perda ou abandono em um relacionamento passado pode criar um medo irracional de acabar com essa dor.
Esse medo pode levar as pessoas a manter distância emocionalmente, optando por passar de um parceiro para outro em vez de enfrentar a vulnerabilidade.
Como Rumi observou sabiamente: “Seu trabalho não é buscar o amor, mas buscar e encontrar dentro de você todas as barreiras contra as quais você se esforçou”. Estas paredes emocionais, construídas a partir de experiências passadas, podem impedir-nos de nos abrirmos totalmente aos outros.
5) Lutando contra a intimidade
A primeira vez que percebi que tinha medo de me aproximar demais de alguém, não foi uma perda de independência – foi um medo de revelar meu eu verdadeiro e vulnerável.
Para muitas pessoas que mudam de um parceiro para outro, o verdadeiro problema não é a intimidade física, mas o medo da vulnerabilidade emocional – o desconforto de ser verdadeiramente visto, com erros e tudo.
Esse medo faz com que não se comprometam totalmente com o relacionamento, fiquem longe dos parceiros.
Se alguém tentar se aproximar, a resposta pode ser seguir em frente e procurar alguém novo, para evitar o desconforto de ficar vulnerável.
6) Alta autoestima
Você pode pensar que as pessoas que mudam frequentemente de parceiro romântico são inseguras consigo mesmas, mas, surpreendentemente, o oposto pode ser verdade.
A alta auto-estima pode ser uma qualidade no meio de “puxar o relacionamento” regularmente.
Essas pessoas acreditam fortemente em seu próprio valor, o que lhes permite superar relacionamentos que não funcionam mais para elas.
Eles são livres em sua capacidade de atrair novos parceiros, o que faz com que deixar um relacionamento insatisfatório pareça algo óbvio.
Para essas pessoas, a autoestima as leva a buscar relacionamentos melhores sem hesitação, acreditando que merecem um relacionamento gratificante e gratificante.
7) Dificuldade em resolver conflitos
O conflito é uma parte natural de qualquer relacionamento.
A maneira como lidamos uns com os outros determina a saúde e a longevidade do nosso relacionamento.
Pessoas que mudam frequentemente de parceiro romântico muitas vezes enfrentam dificuldades na resolução de conflitos.
Em vez de resolver problemas e encontrar soluções, podem optar por evitar conflitos encerrando o relacionamento.
Este padrão de evitação resulta numa série de relacionamentos temporários que nunca se desenvolvem totalmente, pois qualquer sinal de tensão provoca uma saída.
8) Medo de compromisso
Quando se trata de relacionamentos, o medo do compromisso ocorre gradativamente.
Mas o que isso realmente significa?
O medo do compromisso é mais do que apenas propaganda.
É um assunto complicado que pode fazer com que as pessoas mudem de parceiro amoroso com frequência.
Esse medo decorre do desejo de liberdade ou da ansiedade de fazer a escolha errada.
A ideia de serem presos pode ser sufocante, fazendo com que eles mantenham suas opções em aberto.
Mas o problema é o seguinte: embora essa característica possa dificultar o estabelecimento dessas pessoas, isso não significa que elas não possam ter conexões significativas.
Reflexão final: é tudo uma questão de compreensão
No final das contas, as razões pelas quais algumas pessoas mudam de parceiro são tão variadas e complexas quanto as próprias pessoas.
A psicologia nos dá uma janela para a compreensão desses padrões, mas é importante lembrar que cada pessoa é diferente.
Embora certas características possam ser mais comuns entre aqueles que mudam frequentemente de parceiro, elas não definem nem limitam quem é uma pessoa ou o que pode tornar-se.
Quer se trate de um medo de compromisso, um desejo por coisas novas, ou uma luta com a intimidade, estes factores não são obstáculos intransponíveis.
São simplesmente características pessoais que ele deve compreender e trabalhar.
A mudança é possível, o crescimento é possível e relacionamentos saudáveis e gratificantes são possíveis.
A chave está na nossa autoconsciência, compreensão e compaixão – por nós mesmos e pelos outros.
Trata-se de tomar consciência dos nossos padrões, reconhecer de onde eles vêm e tomar medidas em direção à mudança.