Existe uma linha tênue entre a verdadeira inteligência e a sua ilusão.
As pessoas tendem a acreditar que são mais inteligentes do que realmente são, felizmente inconscientes de suas deficiências. É uma armadilha fácil de cair, especialmente se superestimarmos nossas habilidades.
Quando pensamos que somos as pessoas mais inteligentes da sala, tendemos a exibir certos comportamentos que revelam nossa verdadeira face, sem perceber.
Neste artigo, explorarei oito comportamentos que as pessoas consideram realmente inteligentes, mas que geralmente não apresentam. E acredite em mim, você pode se surpreender com o quão comum esse comportamento realmente é.
1) Excesso de confiança
É um velho truísmo que a confiança pode ser confundida com inteligência.
Freqüentemente, aqueles que se consideram realmente inteligentes mostram excesso de confiança em suas habilidades, conhecimento e compreensão. Afirmam as suas opiniões sem hesitação, acreditam que estão sempre certos e raramente questionam os seus julgamentos.
O problema aqui é que a verdadeira sabedoria não é onisciência; trata-se de ver o quanto você pode fazer. É estar aberto a outras ideias e querer sempre aprender e melhorar.
Este excesso de confiança muitas vezes resulta numa falta de autoconsciência, onde estas pessoas não conseguem ver as suas limitações e falhas. Eles acreditam que são as pessoas mais inteligentes da sala e se recusam a cogitar a possibilidade de estarem errados.
2) Rejeitar facilmente as opiniões dos outros
Deixe-me contar uma pequena história da minha vida que deixa esse ponto claro.
Há alguns anos, fiz parte de uma equipe de projeto no trabalho. Tínhamos um grupo, vamos chamá-lo de Jack. Jack foi um exemplo clássico de alguém que se achava muito inteligente. Ele sempre tinha uma resposta para tudo e muitas vezes descartava as ideias dos outros membros da equipe sem refleti-las.
Lembro-me que durante uma das nossas sessões de consulta, um colega sugeriu uma nova abordagem para um problema que enfrentávamos. Estava fora da caixa e a princípio parecia um pouco perigoso, mas estava claro que ele havia pensado muito nisso.
Antes mesmo que pudesse terminar de explicar sua ideia, Jack a descartou, dizendo que era incomum e não funcionaria. Ele não fez perguntas nem tentou entender o motivo de sua sugestão; ele simplesmente rejeitou completamente.
Curiosamente, quando finalmente pegamos a estrada normalmente, usamos a ideia dele novamente. Era a solução que precisávamos.
3) Ideias simples e complexas
Você já ouviu falar da missão KISS? Significa “Keep It Simple, estúpido”. Este princípio é amplamente utilizado em design e engenharia, enfatizando que os sistemas funcionam melhor quando mantidos simples em vez de complicados.
Ironicamente, as pessoas que acreditam que são mais inteligentes do que realmente são tendem a ignorar este princípio. Eles tendem a complicar ideias ou explicações, pensando que linguagem complexa e argumentos complexos os fazem parecer inteligentes.
Contrariamente a esta crença, a verdadeira inteligência manifesta-se frequentemente na capacidade de explicar ideias complexas em termos simples e compreensíveis. O próprio Albert Einstein é frequentemente citado como tendo dito: “Se você não consegue explicar de forma simples, você não entende”.
Portanto, da próxima vez que você usar dez palavras onde duas bastariam, lembre-se do princípio KISS. A simplicidade é a complexidade final.
4) Não querer aprender com os erros
Ninguém é perfeito e todos cometemos erros. Mas quando se trata daqueles que se acham mais espertos que você, admitir um erro pode ser um verdadeiro desafio. Eles farão todo o possível para provar que estavam certos ou culparão os outros.
Não querer aprender com os erros é um sinal claro de falsa inteligência. Freqüentemente, veem os erros como fracassos, em vez de oportunidades de crescer e aprender.
Pelo contrário, as pessoas realmente inteligentes não têm medo de admitir os seus erros. Eles entendem que errar faz parte do processo de aprendizagem e, em vez de escondê-los, analisam-nos, aprendem com eles e utilizam esse conhecimento para evitar repetir o mesmo erro no futuro.
Então lembre-se, não há problema em cometer erros. O mais importante é a sua capacidade de vê-los e aprender com eles.
5) Falta de empatia
A empatia, a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros, é uma característica muitas vezes esquecida quando falamos de inteligência.
Aqueles que pensam que são mais inteligentes do que são, às vezes podem ficar tão presos em seus próprios pensamentos e opiniões que deixam de considerar como suas ações afetam os outros. Eles podem ignorar os sentimentos e opiniões das pessoas ao seu redor, dando mais importância à demonstração de sua inteligência do que ao incentivo a uma comunicação significativa.
No entanto, a verdadeira sabedoria não envolve apenas fatos, matemática e resolução de problemas. Trata-se de inteligência emocional, compreensão dos outros e construção de conexões.
As pessoas mais inteligentes que conheço são aquelas que realmente se preocupam com os outros, que ouvem com a mente aberta, que conseguem se colocar no lugar dos outros. São pessoas que não só nos impressionam com a sua inteligência, mas também tocam os nossos corações com a sua bondade e compreensão.
Portanto, embora nos esforcemos pela sabedoria em nossos diversos campos, lembremo-nos também de ser compassivos. Não se trata apenas do que sabemos; é sobre como tratamos os outros.
6) Incapacidade de lidar com críticas
Há alguns anos, recebi um conselho que me tocou. Eu coloquei meu coração e alma no trabalho e, quando ele foi revisado, a resposta não foi a que eu esperava. Eu me senti atacado e na defensiva.
Mas então percebi algo importante – não foi um ataque pessoal. Foram críticas construtivas que visavam melhorar o projeto, e não prejudicar minhas habilidades.
Isso é algo que as pessoas que acreditam ser mais inteligentes do que costumam enfrentar. Eles veem a crítica como um ataque pessoal e um enfraquecimento de sua inteligência, levando-os a ficar na defensiva ou desdenhosos.
No entanto, a capacidade de aceitar e aprender com as críticas é um sinal de verdadeira sabedoria. É uma oportunidade de nos desenvolvermos, de desenvolvermos as nossas competências e de compreendermos diferentes pontos de vista.
Portanto, da próxima vez que receber críticas, tente não interpretar isso como um ataque pessoal. Em vez disso, use isso como uma oportunidade para aprender e crescer.
7) Falar mais do que ouvir
Você já esteve em uma conversa em que a outra pessoa é quem fala?
Pessoas que se acham mais espertas do que são muitas vezes caem na armadilha de dominar a conversa. Eles estão tão ansiosos para expressar seus conhecimentos e opiniões que se esquecem de ouvir o que os outros têm a dizer.
Contudo, a verdadeira sabedoria reside tanto em ouvir como em falar. Ouvir abre nossas mentes para novas ideias, perspectivas e informações que de outra forma não obteríamos.
Os melhores comunicadores e solucionadores de problemas costumam ser aqueles que ouvem mais do que falam. Eles entendem que todos têm algo valioso a oferecer e estão sempre abertos a aprender com os outros.
Portanto, lembre-se: da próxima vez que estiver conversando, tente ouvir mais do que falar. Você pode se surpreender com o que pode aprender.
8) Falta de curiosidade
O último sinal de falsa inteligência é a falta de curiosidade.
Aqueles que pensam que são mais inteligentes do que realmente são muitas vezes não sentem necessidade de fazer perguntas, explorar novas ideias ou sair de sua zona de conforto. Acreditam que já sabem tudo o que precisam saber, o que prejudica o seu crescimento e desenvolvimento.
No entanto, as pessoas mais inteligentes são aquelas que nunca param de aprender. Eles são infinitamente curiosos, sempre perguntando, sempre explorando. A sede de conhecimento é insaciável porque entendem que sempre há mais para aprender.
A curiosidade é a base da inteligência. Isso nos motiva a aprender, crescer e compreender melhor o mundo que nos rodeia. Portanto, fique curioso, continue fazendo perguntas e nunca pare de aprender.
Considerações finais: É tudo uma questão de autoconsciência
A essência da verdadeira sabedoria está profundamente ligada à autoconsciência.
Sócrates, o antigo filósofo grego, disse certa vez: “Sei que sou sábio porque sei que não sei nada”. Estas palavras profundas enfatizam a importância de percebermos as nossas limitações e o alcance do que somos capazes.
Aqueles que acreditam que são mais espertos do que realmente são tendem a ignorar esse fato básico. Eles ficam cegos pela experiência visual e não conseguem ver seus pontos cegos.
Mas a beleza da autoconsciência é que ela é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Começa reconhecendo e aceitando as nossas limitações, estando aberto a diferentes perspectivas e compreendendo que a aprendizagem é uma jornada que dura a vida toda.
Portanto, ao mesmo tempo que buscamos a sabedoria, busquemos também o autoconhecimento. Porque não se trata apenas do quanto sabemos, mas de perceber o quanto não sabemos.