Por muitos anos, me apaixonei pelo mundo das mídias sociais.

Você conhece a tendência:

  • Atualizações contínuas
  • Compartilhando insights profundos
  • Sempre fotografando comida
  • Muita informação, mas não percebo.

Como entusiasta da psicologia e fundador do Hack Spirit, sempre fui fascinado pelo comportamento humano. E houve um tempo, não muito tempo atrás, em que me vi nas redes sociais sem perceber.

Eu era o cara que atualizava seu status a cada hora, postava todas as refeições e compartilhava pensamentos que deveriam ser mantidos em sigilo. Minha vida online era um livro aberto, mas eu não prestava atenção ao meu comportamento.

Só quando comecei a me aprofundar na psicologia do compartilhamento excessivo é que percebi os fatores que impulsionavam minhas ações. E acontece que essas características são muito comuns em pessoas que compartilham demais nas redes sociais sem perceber.

Neste artigo, explicarei esses 7 fatores. Esperançosamente, isso lhe dará algumas dicas sobre seus próprios hábitos de mídia social ou os de seus amigos.

Vamos começar.

1) Confirmação do desejo

Como psicanalista, percebi rapidamente que meu compartilhamento excessivo era motivado por um fator importante: um profundo desejo de validação.

Os compartilhadores excessivos nas redes sociais geralmente buscam curtidas, comentários e compartilhamentos para validar suas informações e sentimentos. É como uma reflexão física sobre suas escolhas e sentimentos de vida.

Eu também. Cada postagem era uma tentativa de aprovação, como uma garantia de que fui visto, ouvido e apreciado. Mas quando busquei essa validação de outras pessoas, minhas postagens diminuíram e me senti menos satisfeito.

A psicologia por trás dessa característica baseia-se na nossa necessidade básica de aceitação social. Mas se confiarmos nas redes sociais para esta aceitação, torna-se um ciclo sem fim: quanto mais partilhamos, mais validação queremos.

Quando percebi essa característica em mim mesmo, comecei a questionar os motivos por trás de minhas postagens. Eu estava compartilhando esse momento porque me trouxe alegria? Ou eu estava postando na esperança de obter a aprovação de outras pessoas?

Adotar esse recurso é o primeiro passo para compreender seus hábitos de compartilhamento excessivo e se libertar da necessidade de autenticação online.

2) Falta de autoconsciência

Lembro-me de uma época em que postei todos os detalhes da minha vida, por mais mundanos que fossem. Desde o que comi no café da manhã até meus pensamentos noturnos, tudo era justo. Senti que as pessoas estavam genuinamente interessadas em todos os aspectos da minha vida.

Olhando para trás, vejo que foi minha autoconsciência limitada. Eu estava tão concentrado no meu país que não levei em consideração as opiniões e os interesses dos outros.

O famoso psicólogo Carl Rogers disse certa vez: “A ironia é que, quando me aceito como sou, posso mudar”. Resume perfeitamente a jornada de autodescoberta.

Foi só quando aceitei minha tendência de compartilhar demais que comecei a fazer mudanças.

Quando percebi que tinha essa característica, comecei a praticar o compartilhamento propositalmente. Em vez de postar cada pensamento ou experiência, comecei a escolher momentos que fossem realmente significativos ou que desencadeassem conversas significativas.

Ao nos tornarmos mais autoconscientes, podemos transformar nossos hábitos de mídia social de compartilhamento estúpido em compartilhamento significativo.

3) Medo de perder

O medo de perder, ou FOMO, como é comumente conhecido, foi outro fator que alimentou meu compartilhamento excessivo nas redes sociais.

Lembro-me de uma época em que via postagens de amigos participando de shows, viajando pelo mundo ou fazendo uma ótima refeição em um novo restaurante. Cada postagem evocava sentimentos de saudade e eu respondia postando minhas experiências, na tentativa de mostrar que eu também estava vivendo uma vida interessante.

Mas, na verdade, esta comparação e competição constantes eram exaustivas. Foi como uma corrida sem fim, onde a linha de chegada avançava.

Percebi que, ao sucumbir ao FOMO e escrever constantemente sobre minha vida, estava perdendo a oportunidade de viver e aproveitar verdadeiramente esses momentos.

Durante esse tempo, comecei a reduzir o meu tempo nas redes sociais e a concentrar-me mais em viver a minha vida offline – e descobri que a alegria de ouvir algo superava em muito a satisfação a curto prazo de partilhá-la online.

Enfrentar o medo de perder pode nos ajudar a encontrar um equilíbrio saudável entre viver nossas vidas e compartilhá-las online.

4) Baixa autoestima

Pensando em meus hábitos anteriores nas redes sociais, percebo agora que a autoconfiança foi um grande fator no meu compartilhamento excessivo.

Eu costumava usar as redes sociais como plataforma para expressar o ideal da minha vida, na esperança de que isso aumentasse minha confiança e me fizesse sentir melhor comigo mesmo.

Curiosamente, um estudo conduzido pela Universidade da Geórgia encontrou uma correlação direta entre baixa autoestima e compartilhamento excessivo nas redes sociais.

Este estudo revelou que pessoas com baixa autoestima são mais propensas a escrever sobre suas rotinas diárias, na esperança de obter validação e aumentar sua autoestima.

Isso me tocou profundamente. Olhando para trás, percebo que cada postagem foi uma tentativa de pintar um retrato perfeito da minha vida, escondendo as inseguranças e dúvidas que espreitavam por baixo.

Foi um alerta para mim. Comecei a trabalhar para aumentar minha autoestima por meio de práticas de autocuidado e autoafirmação e não sem.

Isso me ajudou a entender que a verdadeira confiança vem de dentro e não do número de curtidas ou comentários em uma postagem nas redes sociais.

5) Procurando conexão

Num mundo onde estamos mais conectados do que nunca, é estranho como podemos nos sentir desconectados.

Para mim, a mídia social forneceu uma plataforma para me conectar com outras pessoas. Cada postagem foi uma tentativa de alcançar e fazer uma conexão, por mais superficial que fosse.

Acreditava que compartilhar os detalhes íntimos da minha vida me tornava mais conectado e acessível aos meus amigos online. Mas com o tempo, percebi que essas interações eram superficiais e não proporcionavam a conexão profunda e significativa que eu desejava.

Compreender esse aspecto me fez repensar meu estilo de comunicação. Comecei a usá-lo como uma ferramenta para manter a comunicação em vez de criá-la, focando em interações de qualidade em vez de quantidade.

Esta mudança de perspectiva ajudou-me a perceber que, embora as redes sociais possam melhorar a nossa comunicação, não podem substituir o valor das interações e relacionamentos reais.

6) Evitar desconforto

Sempre que me sentia ansioso ou chateado, recorria às redes sociais para me distrair desses sentimentos negativos.

Em vez de encarar meus problemas de frente, eu me perdia no mundo das curtidas, comentários e compartilhamentos, postando meu próprio conteúdo como uma fuga da realidade.

Isso me lembra as palavras do famoso psicólogo Carl Jung: “Quem resiste continua”. Quanto mais eu tentava evitar meu desconforto, mais ele parecia persistir.

Eventualmente, comecei a enfrentar meus sentimentos em vez de evitá-los. Em vez de pegar meu telefone quando me sentia desconfortável, vivi com esse sentimento, entendi sua origem e abordei-o de acordo.

Isso me ajudou a quebrar o ciclo de evitação e a enfrentar meus problemas, em vez de fugir deles pelas redes sociais. Compreender esse aspecto pode ser um passo poderoso em direção a hábitos mais saudáveis ​​nas redes sociais e a uma melhor saúde emocional.

7) A ilusão de controle

Eu costumava pensar que, ao compartilhar cada detalhe da minha vida, eu estava no controle da minha narrativa. Mas a realidade era muito diferente.

Quanto mais eu compartilhava, mais pressão sentia para continuar a procurar e manter a imagem que criei online. Foi como uma armadilha autoimposta que me deixou mais fora de controle do que nunca.

A desvantagem é que, com menos compartilhamento, você ganha mais controle. Você decide quais partes da sua vida compartilhar e o que manter privado.

Uma medida eficaz que você pode tomar é definir limites para o compartilhamento nas redes sociais. Pergunte-se antes de postar: “Isso é algo que quero que o mundo saiba? Isso agrega valor ou apenas adiciona ruído?”

Essa prática simples pode ajudá-lo a recuperar o controle de sua presença online e garantir que seus hábitos nas redes sociais estejam alinhados com seus valores e objetivos pessoais.

A conclusão

Compreender por que compartilhamos demais pode nos ajudar a fazer escolhas mais informadas sobre o que compartilhamos e por quê.

Meu conselho? Faça uma desintoxicação nas redes sociais.

Comece com um dia, depois uma semana, talvez até um mês. Use esse tempo para mostrar seus hábitos de mídia social e os fatores que os impulsionam.

Lembre-se de que a mídia social é uma ferramenta. Como o usamos depende de nós. Vamos usá-lo para elevar a nós mesmos e aos outros, e não compartilhar demais ou buscar validação.

Afinal, os melhores momentos da vida nem sempre são aqueles que publicamos online, mas sim aqueles que realmente vivemos e valorizamos.



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