‘Líderes mundiais presos por corrupção’
‘Descoberta cura milagrosa para o câncer’
‘Alienígenas encontrados na Terra’ – Parece familiar?
Esses artigos são apenas alguns exemplos de notícias falsas que se espalham diariamente nas redes sociais.
É fácil passar despercebido e pensar que são apenas notícias irritantes, mas a verdade é que a maioria das pessoas adora.
Então, por que essas manchetes sensacionais chamam nossa atenção?
A psicologia revela que certos comportamentos tornam as pessoas propensas a acreditar em informações falsas.
Aqui estão 9 comportamentos que podem torná-lo vulnerável a notícias falsas.”
Na era digital em que vivemos, as redes sociais se tornaram a principal fonte de notícias para muitas pessoas.
É fácil, é rápido e está em nossas mãos. Mas também é um terreno fértil para a desinformação e notícias falsas.
Pessoas que dependem fortemente das redes sociais para obter notícias provavelmente receberão notícias falsas. Os algoritmos destas plataformas criam uma câmara de eco, alimentando-nos com informações que se alinham com as nossas crenças existentes e raramente desafiam os nossos pontos de vista.
Não se trata de demonizar as mídias sociais – não há como negar seus benefícios. Mas reconhecer as suas limitações e classificar as suas fontes de mídia é essencial para separar o joio do trigo.
Se você navegar pelo Facebook ou Twitter para ver as últimas manchetes, considere repensar seus hábitos noticiosos. Afinal, a variedade não é apenas o tempero da vida; e é a chave para distinguir o fato da ficção.
2) Ignorância da fonte
Admito que houve um tempo em que li um ótimo artigo, me envolvi na história e falei sobre isso sem sequer olhar a fonte. E não estou sozinho nisso.
Ignorar a fonte da informação é um comportamento comum de quem é vítima de notícias falsas.
É fácil ser pego por uma manchete chocante ou por uma narrativa comovente, mas a origem da história é tão importante quanto a própria história.
Certa vez, discuti um artigo sobre um chamado desenvolvimento científico. Foi só quando um amigo apontou que a fonte era um conhecido site de pseudociência que percebi que estava prestes a cair na armadilha da desinformação.
A lição aqui? Verifique sempre a credibilidade da fonte antes de aceitar a notícia como verdadeira. Nem todos os sites ou contas de redes sociais têm integridade jornalística ou processos rigorosos de verificação de factos.
Portanto, da próxima vez que você encontrar um artigo interessante, reserve um momento para verificar sua origem antes de clicar no botão de compartilhamento.
3) Falta de pensamento crítico
O pensamento crítico é a capacidade de analisar informações com precisão e fazer julgamentos bem ponderados, o que inclui um exame cuidadoso de dados, fatos e pesquisas.
A pesquisa mostra que os alunos com fortes habilidades de raciocínio têm menos probabilidade de cair em falsidades. A capacidade de questionar, analisar e avaliar a credibilidade das notícias funciona como uma salvaguarda contra informações falsas.
O interessante é que essa habilidade não está disponível apenas para adultos ou pessoas instruídas. Descobriu-se que mesmo jovens estudantes com boas habilidades de raciocínio são melhores em detectar notícias falsas.
Aprimorar suas habilidades de pensamento crítico pode ser uma ajuda inestimável para rejeitar a desinformação – trata-se de questionar antes de aceitar.
4) Viés de confirmação
Todos nós gostamos de ser honestos. É uma tendência humana natural. Mas esse desejo às vezes pode nos levar na direção errada.
O viés de confirmação é um fenômeno psicológico no qual tendemos a favorecer informações que confirmem nossas crenças ou valores anteriores. É mais provável que acreditemos numa notícia se esta se adequar à nossa visão do mundo, mesmo que os factos sejam curtos.
Este preconceito cega-nos para o facto de não sabermos que estas histórias são falsas. Estamos tão envolvidos no “Eu sabia!” uma época em que esquecemos de questionar a autenticidade da informação.
Superar o preconceito de confirmação não é fácil, requer autoconsciência constante e disposição para desafiar nossas crenças. Mas o esforço vale a pena se ajudar a evitar algumas notícias falsas.
5) Medo de perder (FOMO)
Neste mundo agitado, manter-se atualizado parece uma necessidade. Estamos constantemente verificando nossos telefones, navegando pelos feeds das redes sociais, tudo com medo de perder algo importante.
Esse medo de perder, ou FOMO, pode nos fazer disparar. Ansiosos por nos mantermos informados, às vezes compartilhamos histórias antes de verificá-las para ver se são verdadeiras.
O resultado? Involuntariamente, tornamo-nos portadores de notícias falsas, pois a pressa em ser os primeiros a partilhar supera a importância da verificação dos factos.
6) Envolvimento emocional
Histórias emocionantes são difíceis de ignorar. Eles despertam algo em nós, causando simpatia, raiva ou felicidade. Mas às vezes, nossas emoções podem atrapalhar nosso julgamento.
Pessoas que investem profundamente em notícias são vulneráveis a notícias falsas. Essa atração emocional pode funcionar como uma cortina de fumaça, confundindo a linha entre a realidade e a invenção.
Eu tenho visto isso com pessoas próximas a mim. Certa vez, um amigo compartilhou uma história triste sobre uma criança carente, mas mais tarde descobrimos que era uma invenção projetada para se tornar viral e tocar o coração das pessoas.
O sentimento e a empatia são naturais, mas as emoções não devem substituir o nosso pensamento racional. É nestes tempos que devemos ter cuidado ao verificar as histórias que comemos e partilhamos.
7) Suscetibilidade ao clickbait
Todos nós já vimos essas manchetes sensacionais que prometem uma história irresistível com apenas um clique. Eu também estive aqui, envolvido em um assunto interessante demais para ser ignorado.
Clickbait é uma ferramenta poderosa de criadores de fake news, desenvolvida para despertar a curiosidade com promessas de escândalos, revelações ou histórias emocionantes.
Mas seguir esses links pode nos levar a uma teia de informações falsas.
O que começa como pura curiosidade pode se transformar em crença em uma história que está longe da verdade.
Histórias verdadeiras não precisam ser tocadas para serem ouvidas. Está nos fatos, não no mamilo.
8) Superestimar nossa capacidade de detectar notícias falsas
Muitos de nós sentimos que não estamos imunes às notícias falsas, acreditando que temos conhecimento suficiente para ver a verdade na ficção.
No entanto, esta confiança pode tornar-nos muito vulneráveis. Quando pensamos que não podemos ser enganados, paramos de perguntar, paramos de confirmar e começamos a encarar as manchetes como as vemos.
O historiador Daniel J. Boorstin disse certa vez: “O maior obstáculo à descoberta não é a ignorância – é a ilusão do conhecimento.” Esta ilusão pode ser o nosso ponto cego, deixando-nos mais abertos a informações falsas do que pensávamos.
Aqueles que acreditam que têm menos probabilidades de serem enganados são os mais vulneráveis, pois a sua certeza os impede de olhar mais de perto.
9) Negligência na verificação dos fatos
A verificação de fatos pode parecer uma tarefa árdua, especialmente quando você está folheando as notícias em qualquer lugar. Mas esta tendência de ignorar a verificação dos factos pode levar-nos directamente aos braços das notícias falsas.
Só porque uma história é compartilhada por um amigo ou por uma conta com milhares de seguidores não a torna automaticamente verdadeira.
As notícias falsas prosperam na suposição de que os leitores considerarão as informações pelo valor nominal.
Questionar, verificar e verificar constantemente com fontes confiáveis pode ser sua proteção contra informações falsas.
Pode levar alguns minutos extras, mas vale a pena para garantir que você não caia nessa e espalhe notícias falsas.
A última etapa: é tudo uma questão de conscientização
Compreender o comportamento humano, especialmente nossos preconceitos e afetividade, é o primeiro passo para a mudança. Quando se trata de ser vítima de notícias falsas, estar ciente desse comportamento pode mudar o jogo.
Ao admitir que somos propensos ao viés de confirmação, à suscetibilidade ao clickbait ou possivelmente ignorando a fonte, podemos navegar melhor no complexo cenário da desinformação. Esses insights nos encorajam a questionar, analisar e verificar antes de aceitar qualquer coisa como fato.
Carl Sagan observou: “Alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias”. Portanto, quando uma manchete parece impressionante demais para ser verdade, lembre-se de fazer uma pausa e verificar. Perguntar não é apenas bom – é importante.
Nesta era de sobrecarga de informação, ser um consumidor crítico e informado de notícias não é uma opção; é uma necessidade.