Algumas pessoas acreditam que a insegurança parece alguém se encolhendo num canto, tímido demais para falar.
Mas a verdade? A insegurança é um mestre do disfarce. Isso vem de desculpas excessivas, exclusão de elogios, navegação nas redes sociais e sensação de que todo mundo descobriu a vida enquanto você está aqui.
Todos nós temos esses momentos – aqueles sussurros que questionam o nosso valor, que nos levam a buscar aprovação ou a repetir aquela conversa horrível pela décima vez.
A parte complicada? Nem sempre percebemos que essas ideias moldam nossos hábitos, nossas escolhas e a maneira como nos vemos.
Então, vamos dar uma olhada nesses dez hábitos.
1) Sempre buscando validação
As inseguranças sobre o próprio valor muitas vezes motivam as pessoas a buscarem a validação constante dos outros.
É como uma necessidade de validação, uma garantia de que estão indo bem, de que são importantes, de que são importantes.
Essa busca pode assumir muitas formas.
Pode ser pedir a opinião dos outros antes de tomar decisões, mesmo as pequenas.
Ou pode ser uma necessidade avassaladora de elogios e reconhecimento, uma fome de algum tipo de prova de que são bons o suficiente.
Paradoxalmente, quanto mais se busca a confirmação, menos satisfeito fica em recebê-la.
Porque no fundo a pessoa sabe que isso não reflete o seu valor, mas depende de como os outros a veem.
2) Pensar demais e insistir nos erros do passado
Não sei dizer quantas noites passei acordado, repassando conversas passadas em minha cabeça, analisando cada palavra que disse e cada reação que tive.
É como um filme que não para de passar.
Esta é uma prática comum entre aqueles de nós que lutamos contra sentimentos de insegurança quanto ao nosso valor.
Analisamos demais todas as nossas ações e nos concentramos nos erros do passado, não importa quão pequenos possam parecer para os outros. Permitimos que esses momentos nos definam e provem que temos falhas.
Mas o problema é o seguinte: todo mundo comete erros.
Faz parte do ser humano. Aprender a perdoar o nosso passado e compreender que ele não determina o nosso valor é um passo importante para superar esse hábito.
3) Medo de dizer ‘não’
Você sabia que não conseguir dizer ‘Não’ tem muito a ver com sentimentos de insegurança em relação à autoestima? A verdade.
Segundo psicólogos, as pessoas que duvidam do seu valor muitas vezes têm dificuldade em expressar as suas necessidades e limites.
Eles temem que discordar ou rejeitar um pedido possa levar à rejeição ou a uma opinião negativa.
Evitam dizer “Não”, mesmo quando deveriam, às vezes à custa do seu bem-estar ou da sua paz de espírito. A sua tomada de decisão é motivada pelo medo de desapontar os outros, e não pelo que é melhor para eles.
4) Perfeccionismo e medo do fracasso
O perfeccionismo não é apenas uma ambição saudável. Às vezes, é motivado por um profundo medo do fracasso.
Pessoas que não têm certeza de seu valor tendem a estabelecer padrões elevados e irreais para si mesmas, vendo qualquer coisa menos como um fracasso.
Esse hábito pode levar a estresse e ansiedade desnecessários.
Também pode inibir o crescimento e a aprendizagem, pois desencoraja a tomada de riscos ou a tentativa de coisas novas por medo da imperfeição.
Compreender que não há problema em cometer erros e que o fracasso faz parte do processo de aprendizagem pode ajudar a quebrar as correntes do perfeccionismo.
É importante lembrar que o nosso valor não é determinado pelas nossas realizações, mas por quem somos como indivíduos.
5) Conversa interna
Todos nós temos uma voz interior, um diálogo que passa pelas nossas cabeças.
Mas para aqueles que se sentem inseguros quanto ao seu valor, esta voz interior é muitas vezes crítica e negativa. Ele amplia os erros, concentra-se nos erros e mina constantemente a autoconfiança.
Esse hábito de discurso negativo pode ser extremamente prejudicial.
Reforça sentimentos de insegurança e pode se tornar uma profecia autorrealizável, onde começamos a acreditar nesses pensamentos negativos sobre nós mesmos.
Desafiar esta voz interior negativa e incorporar afirmações positivas pode ser uma forma poderosa de aumentar a autoconfiança e mudar a forma como vemos o nosso valor.
6) Dificuldade em aceitar recomendações
Elogios devem ser fonte de alegria e afirmação, certo?
Mas para aqueles de nós que se sentem inseguros quanto ao nosso valor, eles podem se sentir extremamente desconfortáveis. Nós ignoramos isso, minimizamos nossas realizações ou questionamos a sinceridade de quem doa.
É como se, no fundo, não acreditássemos que merecemos elogios.
É difícil nos vermos da maneira que os outros nos veem. Esse hábito pode nos roubar a alegria da realização e a oportunidade de ver do que realmente somos capazes.
7) Comparando-se com os outros
Lembro-me de navegar pelas redes sociais e ver os destaques de todos – lindas fotos de férias, sucessos profissionais, famílias perfeitas.
Foi difícil não comparar minha vida com a deles e, muitas vezes, me vi encolhendo.
Essa tendência de se comparar com os outros é muito comum entre aqueles que se sentem inseguros quanto ao seu valor.
Medimos nosso sucesso em relação aos outros, esquecendo que a jornada de cada pessoa é diferente.
Um ciclo que só agrava nossas inseguranças e diminui nossa autoestima.
A verdade é que essa comparação é uma armadilha. A pessoa com quem deveríamos nos comparar é a pessoa que éramos ontem.
Nosso valor reside em nossa singularidade e crescimento pessoal, e não em como enfrentamos os outros.
8) Pagar demais por excesso de confiança
Costuma-se dizer que a pessoa que fala mais alto na sala é a mais insegura.
Embora isso nem sempre seja verdade, há alguma verdade nisso. Pessoas que se sentem inseguras quanto ao seu valor às vezes compensam demais por demonstrar confiança.
Isso pode se manifestar como se gabar de realizações, dominar conversas ou até mesmo rebaixar os outros para parecerem melhores.
É um mecanismo de defesa, uma tentativa de esconder suas inseguranças.
Mas a verdadeira autoconfiança vem de dentro e não precisa de validação ou aprovação constante de outras pessoas.
9) Evitar novas experiências
Pessoas que se sentem inseguras quanto ao seu valor tendem a se ater ao que sabem.
Eles evitam novas experiências ou desafios, temendo falhar ou ser julgados. Isto pode limitar o seu crescimento e força, mantendo-os na sua zona de conforto.
Experimentar e aprender são partes importantes da vida. Assumir riscos e aprender com nossos erros é importante.
Evitar novas experiências por medo apenas reforça os sentimentos de insegurança.
Ao reconhecer este hábito, podemos começar a desafiar-nos, a abraçar novos conhecimentos e a perceber que o nosso valor não é definido pelo nosso sucesso ou fracasso, mas pela nossa vontade de crescer e aprender.
10) Buscar a felicidade nas coisas externas
Um dos hábitos que dizem muitas pessoas que se sentem inseguras quanto ao seu valor é buscar a felicidade nas coisas externas.
Eles acreditam que algum trabalho, algum relacionamento ou algum sucesso acabará por fazê-los felizes e mostrar o seu valor.
Mas a verdade é que nosso valor e felicidade não se encontram nas coisas externas.
Eles vêm de dentro, de nos aceitarmos como somos, com defeitos e tudo.
Nosso valor não é determinado pelo que fazemos, pelo que temos ou pelo que os outros pensam de nós. É natural. Somos preciosos assim como somos.
Considerações finais
A insegurança é uma maneira engraçada de fazer você se sentir permanente – como se estivesse entrelaçada com quem você é.
Mas o problema é o seguinte: você não é suas inseguranças. Você é uma pessoa autoconsciente, desafie-se e, aos poucos, pedaço por pedaço, vá se desvencilhando deles.
Brené Brown disse melhor: “Você não é perfeito, está disposto a lutar, mas merece amor e pertencimento”.
E talvez essa seja a verdade que todos precisamos lembrar. Você pode tropeçar, adivinhar, ter momentos de dúvida – mas nada disso muda o seu valor.
Então, vamos reconhecer esses hábitos complicados, mostrar um pouco de gentileza e saber que mesmo nos momentos piores e mais incertos, você é o suficiente.