As nossas relações de infância, especialmente com os nossos pais, muitas vezes moldam profundamente a nossa vida adulta.

Um relacionamento próximo com os pais pode fornecer uma base de segurança, confiança e compreensão. Sem esse vínculo, pode haver efeitos duradouros na idade adulta.

Pessoas que não tiveram um relacionamento forte com os pais quando crianças geralmente apresentam certos comportamentos mais tarde na vida. Nem sempre é assim, mas é um padrão que pode ser observado.

Neste artigo, descreverei 7 comportamentos comuns que são frequentemente observados em adultos que não tiveram esse vínculo parental próximo em seus anos de formação. Não se trata de culpar ou apontar o dedo – trata-se de compreender, para que possamos olhar melhor para as nossas vidas e relacionamentos.

Vamos começar.

1) Dificuldade em formar relacionamentos próximos

Algumas das lições mais importantes que aprendemos na infância são sobre apego e comunicação. Quando temos um relacionamento próximo com nossos pais, aprendemos que o relacionamento é seguro, reconfortante e gratificante.

Porém, para quem não teve esse relacionamento próximo, o relacionamento pode ser visto de forma diferente. Eles podem parecer assustadores ou imprevisíveis.

Como resultado, essas pessoas muitas vezes têm dificuldade em estabelecer relacionamentos íntimos na idade adulta. Não é que eles não queiram se conectar com outras pessoas; eles podem não ter aprendido como fazê-lo de forma eficaz.

No entanto, esta não é uma sentença de prisão perpétua. Com consciência e esforço, é perfeitamente possível aprender padrões de relacionamento saudáveis ​​mais tarde na vida.

2) Medo da rejeição

Eu mesmo já experimentei isso e demorei muito para entender de onde vinha esse medo.

Quando criança, não fui muito próximo dos meus pais. Morávamos sob o mesmo teto, mas havia uma nítida falta de conexão emocional.

Isso me afetou de maneiras que não entendi completamente até me tornar adulta. Uma das consequências mais importantes foi o medo da rejeição, que se infiltrou em quase todos os aspectos da minha vida.

Por exemplo, hesitei em aproveitar oportunidades no trabalho, temendo ser rejeitado. Nos relacionamentos, evitei expressar meus sentimentos, temendo que eles retribuíssem.

Foi somente através da reflexão e da compreensão do meu passado que comecei a enfrentar esse medo, e é algo em que ainda estou trabalhando. É importante lembrar que o passado não precisa nos definir; podemos reconhecê-lo e aprender com ele, o que é o primeiro passo para mudar.

3) Dificuldade em expressar emoções

Durante nossos primeiros anos, nossos pais muitas vezes atuam como nossos medidores emocionais. Eles nos ajudam a rotular nossos sentimentos, compreendê-los e responder de maneira adequada.

Porém, quando esse vínculo estreito não existe, pode faltar essa educação emocional. Qual foi o resultado? Os adultos têm dificuldade em expressar os seus sentimentos.

Na verdade, um estudo publicado na revista “Emotion” descobriu que aqueles que não tinham intimidade emocional com os pais quando eram jovens tendiam a ter dificuldade em reconhecer e expressar as suas emoções quando adultos.

Isso pode levar a muitos problemas, desde supressão emocional até explosões emocionais. Mas, como qualquer outra habilidade, a expressão emocional pode ser aprendida e desenvolvida com tempo e esforço.

4) Um forte senso de independência

Muitas vezes pode-se observar um crescente sentimento de autonomia em pessoas que não tiveram um relacionamento próximo com os pais quando crianças.

Na ausência de apoio emocional confiável, as crianças aprendem a confiar mais em si mesmas. Eles desenvolvem habilidades para enfrentar, adaptar e atender às suas necessidades.

Embora essa independência possa ser um ponto forte, às vezes ela custa o custo de não pedir ajuda facilmente ou de ter dificuldade para encontrá-la. Eles podem se isolar inadvertidamente, acreditando que precisam fazer tudo sozinhos.

Reconhecer esse comportamento é o primeiro passo para aprender a depender dos outros e aceitar apoio quando necessário.

5) Supercompensação nos relacionamentos

Muitas vezes me vi fazendo cada vez mais em meus relacionamentos. Seja com amigos ou parceiros românticos, tenho notado que tenho tendência a dar mais do que o necessário, muitas vezes em meu próprio prejuízo.

Isso vem do desejo de garantir que as pessoas em minha vida se sintam importantes e amadas – algo que senti que faltava na minha infância. É como se eu estivesse tentando preencher o vazio deixado por não ter um relacionamento próximo com meus pais.

Mas com o tempo, percebi que isso nem sempre é saudável. Os relacionamentos devem ser uma questão de dar e receber, e não apenas uma pessoa dando tudo. Compreender isso me ajudou a reavaliar meu comportamento e a buscar relacionamentos mais equilibrados.

6) Dificuldade em confiar nos outros

A confiança é um aspecto importante de qualquer relacionamento. É formado em nossos primeiros anos, muitas vezes através da interação com nossos pais.

Quando um relacionamento próximo com os pais não está presente na infância, pode levar a problemas de confiança mais tarde na vida. As pessoas podem achar difícil confiar nos outros, temendo decepção ou traição.

Isso pode afetar as relações pessoais, as relações de trabalho e até mesmo as relações consigo mesmas. Não é um obstáculo fácil de superar, mas com tempo, paciência e, às vezes, ajuda profissional, é possível construir padrões de confiança saudáveis.

7) Força

Apesar destes desafios, é importante notar que as pessoas que não tiveram uma relação estreita com os pais na infância apresentam frequentemente um nível significativo de resiliência.

A vida pode ter sido difícil para eles no início, mas com isso aprenderam a se adaptar, perseverar e se recuperar das adversidades. Essa resiliência pode ser um recurso maravilhoso enquanto eles navegam nos bons e nos maus momentos da vida. É uma prova da sua força e um farol de esperança para o crescimento pessoal e a cura.

Considerações finais: A jornada, não o destino

Os comportamentos associados à falta de laços parentais estreitos durante a infância não são imutáveis. Apenas padrões, tendências que podem ser observadas e, principalmente, alteradas.

A psicologia nos diz que nossos primeiros relacionamentos têm um enorme impacto em nossa vida adulta. Mas também nos diz que podemos crescer e mudar.

Nas palavras do famoso psicólogo Carl Rogers: “Boa saúde é um processo, não um estado de ser”. É um caminho, não um lugar. “

Então, se você perceber esse comportamento em você mesmo ou em alguém que você conhece, lembre-se: não é o fim. Faz parte da jornada. E cada jornada oferece oportunidades de aprendizado, crescimento e mudança.

O primeiro passo é sempre compreender. Desde então, as possibilidades de mudança são infinitas.



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