A prosperidade financeira e a felicidade pessoal são frequentemente consideradas as duas faces da mesma moeda.
No entanto, uma conta bancária transbordante nem sempre significa uma vida plena.
A psicologia esclarece esse dilema, destacando certos hábitos que prevalecem naqueles que acumularam riquezas, mas permanecem insatisfeitos.
Vamos entrar nessas práticas, não para criticar, mas para compreender, aprender e talvez ajustar nossas escolhas de estilo de vida para viver uma vida mais equilibrada.
1) Perseguir o tipo errado de prosperidade
A riqueza é muitas vezes mal interpretada como a medida definitiva do sucesso. Esta ideia leva muitos na busca incessante pela prosperidade financeira, muitas vezes à custa da sua própria felicidade.
A psicologia revela um fenômeno em que os ricos ainda se encontram presos num ciclo de insatisfação. Isto é muitas vezes devido a um desequilíbrio nas suas prioridades.
Caíram na armadilha de medir a prosperidade apenas pela riqueza financeira, ignorando o facto de que a verdadeira prosperidade inclui mais do que apenas a riqueza material. Envolve alinhar as nossas decisões financeiras com os nossos valores mais profundos, usar o dinheiro como ferramenta para mudanças positivas e cultivar um sentido de propósito e criatividade.
Estas pessoas tendem a concentrar-se na acumulação de riqueza, muitas vezes negligenciando outros aspectos das suas vidas que contribuem para o bem-estar geral, tais como relacionamentos, crescimento pessoal, saúde e recreação.
A busca incansável pelo sucesso financeiro torna-se uma jornada insatisfatória à medida que eles percebem que o dinheiro por si só não pode lhes trazer a felicidade que procuram.
2) Negligenciar o crescimento pessoal
Outra prática comum entre quem tem muito dinheiro, mas não tem felicidade, é a tendência de negligenciar o crescimento pessoal.
Em minha jornada, percebi que a busca pela riqueza às vezes pode ser tão desgastante que não deixa espaço para mais nada. O frenesi para atingir metas financeiras pode ofuscar a necessidade de autoaperfeiçoamento, autoavaliação e autoconsciência.
No entanto, é através da compreensão e da aceitação de nós mesmos, desafiando nossos medos e crenças limitantes, que pavimentamos o caminho para a felicidade e o contentamento.
O sucesso financeiro não nos equipa automaticamente com as ferramentas para navegar pelas árvores da vida ou para lidar com o estresse, a ansiedade ou os relacionamentos pessoais.
É aqui que entra o poder de transformar o crescimento humano. Não é luxo; é um requisito geral de bem-estar.
Como disse certa vez Jim Rohn, um conhecido empresário e palestrante motivacional: “Seu nível de sucesso nunca excederá seu nível de desenvolvimento porque o sucesso é algo que você atrai e se torna.”
3) Esquecer a alegria de dar
Outro hábito frequentemente observado em pessoas que são financeiramente bem-sucedidas, mas não realmente satisfeitas, é que elas tendem a esquecer a alegria e a satisfação que advêm de dar.
Muitas vezes, as pessoas ficam tão ocupadas na busca de acumular riqueza que negligenciam a grande satisfação e felicidade que advém de ações descuidadas. Essas ações podem variar desde doações para instituições de caridade, investimentos em empreendimentos sociais ou até mesmo uso de sua riqueza para levar felicidade a outras pessoas.
Dar não só contribui para um mundo justo e sustentável, mas a investigação demonstrou que também aumenta a nossa felicidade ao desencadear a libertação de endorfinas no nosso cérebro, também conhecida como “o barato do ajudante”.
Eu me aprofundo nesse conceito em meu vídeo sobre a ilusão da felicidade e por que persegui-la pode deixar você infeliz.
Explico como o verdadeiro contentamento vem de dentro, aceitando os desafios da vida, promovendo relacionamentos significativos e permanecendo fiel a si mesmo. Acredito que pode ser um recurso útil para quem deseja entender melhor isso.
4) Ignorar relacionamentos autênticos
Uma abundância de riqueza pode, por vezes, levar à pobreza de ligações reais. Este é um padrão encontrado naqueles que estão financeiramente bem, mas ainda se sentem vazios em suas vidas.
As pessoas ficam tão envolvidas na corrida para acumular riqueza que muitas vezes negligenciam a construção e o desenvolvimento de relacionamentos autênticos.
Podem estar rodeados de pessoas que se preocupam mais com o seu saldo bancário do que com a sua saúde, levando a interações superficiais e insatisfatórias.
Relacionamentos profundos e significativos baseados no respeito mútuo, na empatia e nos valores compartilhados são frequentemente deixados de lado. Esta falta de ligação autêntica pode levar a sentimentos de isolamento e infelicidade, apesar do sucesso material.
É importante lembrar que somos criaturas sociais que prosperam na comunicação e na cooperação. A riqueza, embora proporcione conforto e segurança, não pode substituir a alegria, o apoio e o sentimento de pertencimento encontrados em relacionamentos reais.
Diz o velho ditado: “Você não pode levá-lo quando for embora”. No final, são os nossos relacionamentos que realmente importam – e não a riqueza que acumulamos. É através de nossas conexões com outras pessoas que encontramos coragem, resiliência e alegria compartilhada. Precisamos priorizar essa conexão para ter uma vida plena.
5) Viver sem se conformar com valores pessoais
Um dos hábitos mais comuns entre quem é rico mas se sente infeliz é viver uma vida que não corresponde aos seus valores pessoais.
Quando a busca pela riqueza se torna nosso foco principal, tendemos a comprometer nossos valores e moral. Esta desintegração pode levar a conflitos internos, causando sentimentos de desconforto e infelicidade.
Viver uma vida que não está alinhada com nossos valores mais profundos pode nos deixar desconectados e insatisfeitos, não importa quanta riqueza acumulemos. É como tentar encaixar uma cavilha quadrada num buraco redondo – não parece certo.
Por outro lado, quando alinhamos as nossas decisões financeiras com os nossos valores mais profundos, usamos o dinheiro como uma ferramenta para mudanças positivas, trazendo um sentido de propósito e realização. Não apenas acumulamos riqueza, mas também participamos eticamente na economia.
No meu vídeo “A Ilusão da Felicidade”, aprofundo esse conceito, explicando como o verdadeiro contentamento vem de dentro, aceitando os desafios da vida, fortalecendo relacionamentos significativos e permanecendo fiel a si mesmo.
Acredito que isso pode fornecer mais informações para aqueles que estão preocupados com esse ponto.
6) Ignorar o poder dos obstáculos
Muitos que são financeiramente bem-sucedidos, mas infelizes, tendem a ver os obstáculos como obstáculos, em vez de oportunidades de crescimento e aprendizagem. Essa ideia pode levar à frustração e a um senso de urgência.
No entanto, desafios e obstáculos não são obstáculos à nossa felicidade. Pelo contrário, são oportunidades para crescermos, aprendermos e usarmos as nossas capacidades criativas.
Cada obstáculo que enfrentamos é uma oportunidade para testar nossa resiliência, adaptabilidade e habilidades de resolução de problemas. Quando vemos cada desafio como contendo em si as sementes da oportunidade, isso muda a nossa relação com a dificuldade.
Em vez de nos sentirmos desanimados pelo fracasso, podemos optar por vê-lo como uma resposta e um convite à adaptação e à evolução. Esta mudança de perspectiva pode aumentar muito o nosso sentimento de contentamento e satisfação com a vida, independentemente da nossa situação financeira.
Ao aceitar nossos fracassos e contratempos, nos aproximamos da autoaceitação e de uma vida plena.
7) Ignorar a felicidade presente
Uma prática comum entre aqueles que possuem uma riqueza significativa, mas se sentem vazios de felicidade, é correr atrás de mais.
Na sua busca por acumular mais riqueza, muitas vezes ignoram a alegria e a satisfação que este momento traz.
O futuro passa a ser seu foco e eles sentem falta de valorizar o que têm agora. Essa constante visão de futuro pode levar a uma sensação de não ter o suficiente e a uma sensação constante de insatisfação.
Estar no presente nos permite apreciar verdadeiramente nossas experiências e leva à verdadeira felicidade. Trata-se de aceitar e ser grato pelo que temos agora, em vez de querer sempre mais.
Ao permanecermos no presente, podemos encontrar maior satisfação na vida, independentemente da nossa situação financeira.
Siga um caminho equilibrado para o sucesso
A busca pela riqueza é uma jornada complexa que se cruza com nossos valores, relacionamentos, crescimento pessoal e a alegria que encontramos no dia a dia.
A psicologia nos traz insights únicos sobre por que algumas pessoas, apesar do sucesso material, ainda se sentem infelizes. Os hábitos que discutimos não têm como objetivo criticar, mas sim compreender esses padrões e talvez fazer mudanças em nossas vidas.
A conclusão importante é que a prosperidade financeira não é o único fator que determina a felicidade. Trata-se de equilibrar o acúmulo de riqueza e nutrir nosso eu interior, nossos relacionamentos e viver de acordo com nossos valores.
A verdadeira prosperidade envolve alinhar as nossas decisões financeiras com os nossos valores mais profundos, usar o dinheiro como uma ferramenta para mudanças positivas e cultivar um sentido de propósito e criatividade.